O mestrado como diferencial para o sucesso profissional

Depois da II Guerra Mundial, as nações, especialmente os Estados Unidos, passaram a reconhecer a necessidade da pesquisa científica e do avanço tecnológico para seu crescimento econômico e bem-estar social.

Durante as décadas de 1950 e 1960, surgiu a pós-graduação no Brasil, influenciada tanto pelo modelo europeu de ensino superior quanto pelo dinamismo norte-americano em inovação.

Diante da urgência em expandir a pós-graduação no país, o governo brasileiro criou, naquela época, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidades que seriam pilares da política educacional para este nível acadêmico, abrangendo o mestrado stricto sensu e o mestrado profissional (Gouvêa, 2012).

A ampliação do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) era uma das prioridades dos administradores desses organismos, pois o país enfrentava um déficit de docentes capacitados para o ensino superior e de especialistas qualificados. Até aquele momento, muitos brasileiros buscavam formação acadêmica no exterior.

Assim, as iniciativas de bolsas de estudo oferecidas pela CAPES e pelo CNPq foram essenciais para educar gerações de pesquisadores fora do Brasil, destacando-se os cursos de mestrado profissional e pós-graduação stricto sensu, fundamentais para formar os primeiros mestres e doutores no território nacional (Moreira; Velho, 2008).

No cenário educacional contemporâneo, os cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil, que englobam mestrado e doutorado, estão organizados em 49 áreas de avaliação, agrupadas conforme afinidades em três colégios e nove grandes áreas.

Na esfera das ciências humanas, dentre as nove áreas avaliadas, a educação se destaca com o maior número de alunos matriculados em 2021, sendo também a segunda disciplina com mais inscrições dentre todas as 49 áreas analisadas, superada apenas pela categoria interdisciplinar (CAPES, 2023).

Contudo, apesar de um crescimento expressivo no número de programas oferecidos, o Brasil ainda enfrenta desafios relacionados ao baixo percentual de mestres entre sua população, comparativamente a padrões internacionais.

No Brasil, que possui uma população superior a 214 milhões de pessoas de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a situação da educação superior avançada é um desafio considerável.

Somente 0,8% dos brasileiros com idade entre 25 e 64 anos têm um diploma de Mestrado, uma proporção inferior à média de 1,1% observada nos países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Neste contexto, o Brasil figura entre os últimos dos 35 países analisados em termos de quantidade de doutores (FECAP, 2023).

O número de programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil, que inclui tanto mestrado quanto doutorado, apresentou um aumento de 48,6%, alcançando 4.650 iniciativas em 2020, em comparação com 3.128 em 2011 (FECAP, 2023).

O avanço dos programas de mestrado stricto sensu e mestrado profissional tem contribuído para a formação de docentes e especialistas brasileiros, o que atenua a necessidade de buscar conhecimento no exterior.

Apesar dessa expansão, a quantidade de profissionais titulados permanece limitada para uma nação de grande extensão como o Brasil, e portanto, necessita de mais especialistas capacitados para impulsionar seu desenvolvimento econômico e elevar a qualidade de vida de sua população.

O título de Mestre, conquistado por meio de um mestrado profissional ou de um mestrado stricto sensu, representa um caminho fundamental para o sucesso profissional e a diferenciação no mercado de trabalho.

A obtenção de um mestrado é, de fato, um diferencial substancial para a carreira profissional, pois confere uma vantagem competitiva no mercado de trabalho, bem como aprimora habilidades analíticas e de inovação.

Possuir um mestrado destaca o indivíduo na comunidade, e também o capacita para analisar questões de forma crítica e desenvolver soluções inovadoras.

Em virtude exigências regulamentares, as instituições de ensino demandam que seus docentes tenham qualificação de mestre ou doutor.

No setor corporativo, grandes corporações valorizam candidatos com alta qualificação, tornando o mestrado um diferencial competitivo no currículo de executivos e profissionais autônomos, especialmente em áreas relacionadas à gestão empresarial, o que contribui significativamente para o avanço e progresso na carreira.

REFERÊNCIAS:

CAPES. Indicadores Concessão de Bolsas de pós-graduação da Capes no Brasil 2023. Atualizado em 31/07/2024. CAPES – Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, GEOCAPES – Sistema de Informações Georreferenciadas, 2023. Disponível em: https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/. Acesso em: 29 dez. 2024.

FECAP. Vale a pena fazer um mestrado? Mestrado. FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, 14 dez. 2023. Disponível em: https://www.fecap.br/2023/12/14/vale-a-pena-fazer-um-mestrado/. Acesso em: 29 dez. 2024.

GOUVÊA, Fernando César Ferreira. A institucionalização da pós-graduação no Brasil: o primeiro decênio da CAPES (1951-1961). Revista Brasileira de Pós-Graduação – RBPG, Brasília, v. 9, n. 17, p. 373-397, jul. 2012. Disponível em: https://typeset.io/pdf/a-institucionalizacao-da-pos-graduacao-no-brasil-o-primeiro-25aci7b2av.pdf. Acesso em: 29 dez. 2024.

MOREIRA, Maria Lígia; VELHO, Lea. Pós-graduação no Brasil: da concepção “ofertista linear” para “novos modos de produção do conhecimento”. Implicações para a avaliação. Avaliação, Campinas; Sorocaba, v. 13, n. 3, p. 625-645, nov. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/7PFtPrKPwjtLwycCxHcMgyM/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 29 dez. 2024.